1) Manuel convida Joaquim para a festa de quinze anos de sua filha.
Joaquim responde: - Eu irei, mas ficarei no máximo uns dois anos.
2) Tinha um primo de Manuel que há muitos anos sofria de um mal singular. Era só tomar
um gole de café e já sentia uma forte pontada no olho esquerdo. Não havia remédio que
o curasse. E olha que ele adorava café. Até que um dia, um médico, amigo da família o
aconselhou:
- O Joaquim! Por que não experimentas tirar a colherzinha de dentro da xícara?
3) Um guarda perguntou a Manuel: - Você viu um homem dobrando esta esquina,
agora há pouco?
- Não, senhoire. Quando aqui cheguei, ela já estava dobrada...
4) Em Lisboa, após um incêndio no pequeno prédio, os bombeiros, verificando os destroços, encontraram apenas um morto. E justamente o avô do Manuel, que estava de cabeça para baixo, com o dedo indicador apontando para um dos cantos do ambiente. Ao seu lado, um extintor de incêndio, com a seguinte instrução: "Em caso de incêndio, vire para baixo e aponte para a chama".
5) O Manuel entra para a Aeronáutica, na divisão de pára-quedismo. Recebe a primeira aula prática: - Estamos a dois mil metros de altura. Seu equipamento foi todo checado. O senhor saltará por aquela porta. Ao puxar a primeira cordinha, o pára-quedas se abrirá. Se isso não acontecer, o que é pouco provável, puxe a segunda cordinha. Se ainda assim o pára-quedas não se abrir, o que é improbabilíssimo, puxe a terceira cordinha e ele se abrirá. Lá embaixo, haverá um jipe a sua espera, para levá-lo de volta ao quartel. O Manuel salta. Puxa a primeira cordinha e o pára-quedas não se abre. Puxa a segunda, nada. Puxa a terceira e nem assim o equipamento funciona. Ele começa a ficar preocupado. - Ai, Jesus! Agora só falta o jipe não estar lá embaixo!
6) Manuel entra com tudo numa contra mão. Da azar. É parado por um guarda, no
ato:
- Onde o senhor pensa que vai?
- Bem, seu guarda, eu estava a ire ao cinema, mas parece que me atrasei. Esta todo mundo a
voltaire.
7) O Manuel vai visitar um velho navio de guerra. Em um dos compartimentos, tropeça numa placa de bronze, onde esta escrito: "Aqui tombou o Almirante Barroso". E comenta: - Não é de admiraire. Eu também quase cai aqui.
8) Comandante Joaquim! Estou a avistaire uma tropa que se encaminha diretamente
ao nosso forte!
- São amigos ou inimigos, sentinela Manuel? -Olha, eu acho que são amigos. Vem todos
juntos...
9) O pneu do Manuel fura diante de um hospício. Ele desce e tira as porcas da
roda, mas elas escorregam para dentro de um bueiro. Um dos internos assiste a cena ao lado
de dentro das grades do manicômio e aconselha ao Manuel:
- Tire uma porca de cada uma das três rodas para segurar a que ficou solta, até chegar a
um posto.
- Fenomenal! Muito boa idéia. Obrigado! Olhe, eu nem sei por que tu estas ai dentro.
- Eu estou aqui porque sou doido, não porque sou burro!
10) Sabes Joaquim, o doutoire me disse para bebeire um pouco de suco de limão
depois de um banho quente. - E tu bebeste o suco de limão, Manuel?
- Que nada! Não consegui nem acabar de bebeire toda aquela água quente do banho!
11) O Manuel vai ao Rio de Janeiro. Os amigos o advertem que lá os motoristas
de ônibus e de Táxi costumam voar com seus veículos. Chegando na Cidade Maravilhosa,
Manuel pega um táxi:
- Avenida Brasil, por favoire.
- Que altura?
- Se tu fores a mais de dois metros, eu pulo desse troco, o raios!
12) O Maria, estou a morrer de cansaço... Vim correndo atrás de um ônibus e,
sem nunca o alcancaire, acabei chegando até aqui... meu consolo e que economizei um real.
- Mas tu és burros mesmo, hein, Manuel? Por que não correste atrás de um táxi? Teria
economizado muito mais!
13) O Manuel chega em casa, numa tarde, e da de cara com um pingüim em seu
jardim. Sem nunca ter visto um antes, ele fica todo atrapalhado, sem saber o que fazer, e
pede ajuda para um vizinho, que o aconselha:
- Olha, Manuel, o melhor que você tem a fazer e levá-lo ao Jardim Zoológico. No dia
seguinte, o vizinho encontra com Manuel passeando com o pingüim, levando-o rua abaixo por
uma cordinha amarrada no pescoço e se surpreende:
- Ô Manuel! Aonde você vai com o bicho? Você não o levou ao zoológico ontem?
- Levei sim e ele adorou. Hoje, estou a levá-lo ao Playcenter.
14) O Manuel se emprega como ajudante numa oficina mecânica. O dono o chama
para a primeira tarefa:
- To consertando o pisca-pisca deste carro. Vai lá atrás e me diz se tá funcionando. E
o Manuel, olhando com atenção para a lanterna traseira:
- Tá funcionando, não tá funcionando, tá funcionando, não tá funcionando...
15) Chega o assaltante, apontando uma arma por debaixo da roupa, e grita pro
Manuel:
- Pare!
- Impare!
E o assaltante, sem entender nada:
- Mas eu estou te roubando...
- Ah! Então não brinco mais!
16) O Manuel e a Maria resolvem ir ao Teatro Municipal. Percebendo estarem
atrasados, o marido pede a mulher que se apresse. Após muitos retoques, a Maria termina
de se arrumar e se dirigem as pressas para o teatro. Ao entrarem, o apresentador está
anunciando:
- Ouviremos a Quinta Sinfonia de Beethoven. Irritado, o Manuel ralha com a Maria:
- Estas vendo, mulher? Por tua causa perdemos as outras quatro!
17) O Manuel chega no chaveiro e pede:
- Seria possível o Senhoire abrir a porta do meu carro, pois travou-se com as chaves
dentro
- Pois não senhor se puder aguardar um estante...
- Mas seja breve, por favoire. Parece que vai choveire e o meu carro não possui capota,
ora pois!
18) Há 27 anos o Manuel só freqüentava aquele restaurante. De repente,
começa a ir ao concorrente, do outro lado da rua. O dono do primeiro estranha e o aborda
na rua:
- O Manuel, que foi que houve? Nossas refeições não lhe agradam mais?
- Não. Não há nada de errado com elas. Estou apenas a obedeceire as ordens de meu
dentista.
- Dentista?!
- Exatamente. Quando lhe mostrei os dentes que doíam, ele me mandou passar a comeire só
do outro lado!
19) A Maria trabalha como enfermeira, num hospital:
- Doutoire, o senhor pediu anestesia local, mas ca na caixinha esta escrito que ela foi
fabricada na Alemanha...
20) Você sabe que o computador, em qualquer lugar do mundo, tem memória. Menos em Portugal. La, o computador tem uma vaga lembrança.
21) Você é cego de nascença?
- Não, senhoire. Só da vista mesmo.
22) O amigo do Manuel vai a sua casa e o encontra empurrando uma velha
geladeira por toda a cozinha. Estranha e pergunta: - O Manuel! Que diabo estas a fazeire?
- É que a danada enguiçou e eu estou a veire se ela pega no tranco!
23) Naquele dia ensolarado, Manuel esquece as chaves dentro do carro, após
travar a porta. Com um pedaço de arame, através do vão de uma das janelas, e com o
auxilio da Maria, inicia a delicada operação. E a Maria vai dando as indicações:
- Mais a direita, Manuel...Um pouquinho mais para frente...Falta pouco...Isso! Após
retirar as chaves, finalmente o Manuel abre a porta do carro. E quando a Maria comenta:
- Ainda bem, Manuel! Eu já não agüentava mais de caloire aqui dentro!
24) O português já não agüentava mais ver o inglês contar tanta prosa a
respeito das grandes invenções de seus compatriotas. Sir fulano inventou isso, Lord
sicrano inventou aquilo. Até que o inglês mencionou o limpador de pára-brisa.
- Alto lá! O limpadoire de pára-brisa quem inventou foi um português! E antes que o
outro pudesse dizer qualquer coisa:
- O inglês apenas aperfeiçoou a invenção do patrício, botando o limpadoire pro lado
de fora do vidro!
25) O Manuel compra um açougue. Um dia, chegam gritando em sua casa:
- Seu Manuel, Seu Manuel! O seu açougue esta pegando fogo!
- Ora, nao tem importância. A carne lá esta na geladeira.
26) O Manuel vai a uma festa grã -fina. Ressabiado, com medo de dar algum
fora, fica observando como os demais convidados se comportam. O jeito correto de beber, de
comer. Observa alguém já satisfeito, palitando os dentes, com discrição. Mais tarde, o
anfitrião vem cumprimentá-lo:
- E ai, Manuel? Esta sendo bem servido?
- Olhe, pá! Eu nunca comi tão bem! Só daqueles palitinhos, que as pessoas comem
escondido, tapando a boca com as mãos, eu já comi uns quinze...
27) O Manuel vai ao cinema, a tarde. Entra e não enxerga um palmo naquele
escuro. Fica parado, de pé, esperando acostumar a vista. O lanterninha vem ajudá-lo. O
Manuel vê aquela luz se aproximando, se aproximando... e pimba! Pula com tudo no colo de
um casalzinho que comia pipocas. Maior fuzuê, voa pipoca, todo mundo reclama aos berros.
- Me desculpe, gente! E que se eu não saio da frente, aquela bicicleta ia me atropelaire!
28) Joaquim! Quando eu tiver pegado no sono faça o favor de vir apagar a luz.
-Pois não patrão! E só o senhoire tocaire a campainha e eu virei correndo.
29) O Manuel vai pela primeira vez ao cinema. Chega na bilheteria e compra uma
entrada. Dai a pouquinho volta e pede mais uma. Não passam nem dois minutos, vem comprar
outra. A bilheteira chia:
- Pô, meu! Porque não compra todas de uma vez?
- Não me culpe, senhorita! E que tem um gajo ali na porta que, toda vez me toma o bilhete
e rasga!
30) O freguês entra no bar do Manuel e lê o cartaz afixado na parede: Pão
simples: R$ 0,50. Pão com manteiga: R$ 1,00. Pão sem manteiga:R$ 1,50. Estanha e
pergunta:
- O Manuel, porque o pão sem manteiga não custa o mesmo que o pão simples?
- Porque dá mais trabalho, ora! A gente tem que colocaire a manteiga e depois tiraire!
31) - Ora, pá, Manuel! Até que em fim o quilo do arroz baixou!
- Aie, Maria? E quantos gramas pesa agora?
32) O Manuel vai trabalhar de mordomo:
- Acorda, patrão! Acorda!
- O que foi? O que foi?
- Esta na hora do senhoire tomar o remédio para durmire...
33) Por que português usa caneta atrás da orelha?
- Pra fazer conta de cabeça.
34) O Manuel presenteia a filha moça com um casaco de pele de raposa prateada.
Satisfeitíssima, ela afaga o presente com as mãos comentando:
- Como pode uma coisa tão maravilhosa vir de um animal tão pequeno, sem aparência,
totalmente insignificante...
- Alto la! Se tu não queres me agradeceire, vá la. Mas também não precisa
ofendeire!...
35) Ao vir par o Brasil, o Manuel fica fascinado com a caixa de fósforos e
resolve mandar uma de presente para a Maria, em Portugal, junto com uma carta explicando o
seu uso. Dias depois, recebe um telegrama de Maria: "Não funciona".
Incrédulo, o Manuel comenta:
- Mas como? Eu testei um por um...
36) O Manuel vem dirigindo pela estrada. Uma viatura da policia rodoviária o
faz parar e o guarda lhe pede a carta.
- Carta? Ora, mas eu fiquei de lhe escreveire?
37) O Manuel faz uma ligação telefônica:
- Alo? E da Varig? Por favoire, senhorita, eu queria sabeire o tempo de vôo São
Paulo-Lisboa.
- Um minutinho...
- Ah! Esta bem, muito obrigado! E desliga o telefone.
38) - Então, Manuel, como se tem se sentido com os banhos que lhe receitei?
- Muito bem, doutoire. Só que sinto o corpo um pouco pegajoso.
- Pegajoso?
- E, eu acho que é por causa do açúcar...
- Açúcar?
- O senhoire não mandou tomaire banhos de água douce? Ora, pois...
39) O executivo já esta atrasado para pegar o avião e toma um taxi que o
Manuel dirige nas horas de folga. A certa altura, se impacienta:
- Não sei por que foram construir o aeroporto tão longe da cidade.
- É que queriam que ele ficasse bem perto dos aviões, doutoire.
40) - Você sabe quantos portugueses são necessários para trocar uma
lâmpada?
- Não.
- Cinco. Um sobe na mesa e segura a lâmpada e os outros quatro rodam a mesa.
41) Ai o Manuel vai no mecânico, de novo:
- Eu queria consertaire a buzina do meu carro...
- Tudo bem.
- ... porque o freio não esta bom. - completou Manuel.